domingo, 18 de abril de 2010

Poemas

Coração Errante

Meu coração vive
ímpio
Na incrédula crença
Em infindáveis buscas
Por lhe ter preenchidas
As vazias Lacunas
Nas vastidões de vazios
Que os seres ditos humanos
Insistem e persistem
Em não como um fardo
mas sim como encargo carregar.


Meu coração vive nos parapeitos
Dos edifícios de difíceis centralizações
Que enchem de vazios as cidades vazias.
Vive nas marquizes, nas sacadas,
Nos sobrados dos prédios subversivos
À procura de um amor nunca perdido
Encontrar;
Um amor avistar, aproximar
E sem chegar
Atravessar.


Meu coração vive nos vivos,
Nos que dizem não para a morte;
Nos que resistem a decepcionarem sua imortalidade,
Mas outrora,
Acabam por cederem, desistirem,
Retrocederem, sucumbirem,
Afrouxarem, jogarem as toalhas
E o perderem.


Meu coração vive solitário,
Iludido na fantasia de ser livre
Por não ter a que se prender.

Meu coração vive como um Deus,
Perambulando entre os ateus,
Lutando pra consertar os erros
Que não são meus.

Meu coração vive escravizado
Como súdito de um reinado nazista,
Com mundos e fundos fascistas,
Sem vista nem pista
Para o mundo estoicista.

Meu coração vive sem paradeiros
À procura de subterfúgios,
Sem saber que só encontrará refúgio
Aqui num lugarzinho distante
De onde ele nunca deveria ter saido...
...Dentro de mim.

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